O que é o Fórum de Museus da Amazônia?

1- Quando Surgiu o Fórum de Museus de Base Comunitária e Práticas Socioculturais da Amazônia?

O Fórum foi criado ano de 2018 no I Encontro de Ecomuseu, Pontos de Memória e Cultura e Museus Rurais da Amazônia durante a 16a Semana Nacional de Museus - Museus Hiperconectados: novas abordagens, novos públicos do Instituto Brasileiro de Museus.

2 – Por que o Fórum surgiu?

I Encontro de Ecomuseu, Pontos de Memória e Cultura e Museus Rurais da Amazônia proporcionou uma grande discussão sobre o “estado da Arte das Identidades, Patrimônios e Museus” do Pará e da fragilidade das políticas no campo museal que se acentuou principalmente com o golpe à presidenta Dilma Roussef que culminou com o fechamento do Ministério da Cultura e o enfraquecimento da Política Nacional de Museus , com a redução de editais, com acidentes de incêndios aos museus, com o fechamentos de instituições culturais e da grande desarticulação dos movimento museológicos na região Amazônica.

3 – Como o Fórum é constituído?

O Fórum é um coletivo dinâmico, voluntário, plural, político, crítico, educativo, multifocal, autônomo, autogerido, apartidário, democrático e propositivo que tem como objetivo fortalecer o movimento museológico amazônico por meio de discussão ampliada das politicas culturais em prol dos direitos humanos e da vida.

4 – Como está organizado o Fórum?

O Fórum atualmente tem 75 pessoas do Estado do Pará, Amazonas e Amapá que se conectam por meio de informações no Whatss app, reuniões virtuais e presenciais onde estabelecem pautas, ações de parcerias, representações em conselhos, divulgação de projetos, mobilização de ações de engajamento, produção de documentos entre outras atividades. As reuniões são consultivas e deliberativas. Grupos de Trabalho são formados para as atividades do coletivo e para a divulgação de informações nas redes sociais e no próprio whatss app. As reuniões não são obrigatórias, participa quem pode, quem quer e quem quer se engajar nas ações. As pessoas que compõem o coletivo em sua maioria atuam no campo da cultura, da educação e dos direitos humanos. Os membros fundadores do Fórum foram os representantes do Museu Goeldi, da Rede de Educadores de Museus do Pará, do Ecomuseu da Amazônia, do Museu Aracy Paraguassu de Itaituba, do Ponto de Memória da Terra Firme, do Movimento das Mulheres das Águas e das Marés de Curuçá, do Musear das Ilhas de São Caetano de Odivelas que formam um Conselho de consulta e também de deliberação de ações emergenciais em prol das atividades museais na Amazônia. Para fazer parte do Fórum o participante recebe algumas orientações sobre a proposta do coletivo e é exigido a sua apresentação. Atualmente, o coletivo está em fase de elaboração da Carta de Princípios.

5 – Qual a filosofia do fórum?

O Fórum está pautado nos princípios e processos teóricos e práticos da Museologia Social e Decolonial que visa a reflexão crítica, educativa, solidária e propositiva sobre a construção da política cultural com base democrática, inclusiva e plural que possa contribuir com os fratrimônios que caracterizam as identidades e as memórias da população amazônica. O Fórum vem atuando principalmente com 03 linhas de ação: Museologia Social e Fratrimônios locais, Educação e Práticas Socioculturais e Políticas Culturais.

6 – Projetos/ações do Fórum de Museus da Amazônia.

No âmbito da Museologia Social e Fratrimônios locais. O Fórum tem atuado principalmente com projetos integrados aos parceiros como por exemplo as exposições:

• Caminhos Amazônicos: espaços, flores e artefatos. Exposição concebida e realizada no ano de 2020 durante a pandemia. A exposição é virtual/3D, inclusiva com a curadoria colaborativa com a participação do Ecomuseu da Amazônia, Museu Goeldi, Museu do Marajó, Grupo de Pesquisa e Educação do Meio Ambiente da Universidade Estadual do Pará, do Ponto de Memória da Terra Firme, do Museu Aracy Paraguassu de Itaituba, Coleção Amazoniana da Universidade Federal do Pará e da Rede de Educadores de Museus do Pará. A Exposição foi um projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc/2020 e já foi apresentada na Semana Nacional de Meio Ambiente na Câmara Federal (2021) na SBPC (2021), no evento internacional do Instituto de Pesquisa da Amazônia na cidade de Issenheim na França (2022) e nas escolas públicas durante as agendas do IBRam como a Semana Nacional de Museus e na Primavera de Museus (2022 e 2023).

• Espia Aí! Mostra fotográfica que apresenta grupos culturais do Pará que são Pontos de Cultura e Pontos de Memória no Estado do Pará. A exposição é trilíngue (Português, Inglês e Apiaká) e as fotos fazem parte do acervo do Fórum de Museus da Amazônia. A Exposição já foi apresentada no IV Colóquio Internacional IPEASA na Universidade Federal do Pará e no Quilombo de Itacuã-Miri no município de Acará no ano de 2023 e será apresentada na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Pavilhão Eduardo Galvão do Museu Goeldi. Todas as fotos foram cedidas para o Fórum de Museus da Amazônia com as devidas referências. A exposição é fruto da parceria com o IPEASA e Museu Goeldi.

No âmbito da Educação e Práticas Socioculturais - O Fórum tem realizado práticas educativas potencializando os saberes e fazeres locais, mas também enfatizando as políticas culturais com destaque para a Museologia Social e Educação Museal para o fortalecimento e criação de novos museus. Dentre estas atividades podemos destacar os seguintes projetos:

• Do Patrimonio ao Fratrimônio: Cartografia das Práticas Culturais e Poéticas das Mulheres da Amazônia - Projeto de pesquisa aprovado pela Lei Aldir Blanc/2020 que visou mapear e cartografar as práticas culturais de 30 mulheres da Amazônia que atuam com pesquisa, cultura e educação. O resultado culminou com a produção de 30 Encartes (exemplares impressos) que por meio de autobiografia e etnobiografias revelam e reconhecem quem são estas mulheres. O Encarte Mulheres Cartogradas da Amazônia está disponível também virtualmente nas redes sociais do Fórum.

  • Curso de Museologia Social e Educação Museal realizado em 2020, de forma virtual. O Curso foi aprovado pela lei Aldir Blanc/SECULT-2020 e teve a participação de 80 alunos, em sua maioria da região Norte. O Curso de 40 h foi inovador e contou com a presença de professores, lideranças comunitárias, mestres e mestras de cultura e gestores de museus que foram os ministrantes nos encontros das aulas virtuais.

  • Curso de Museologia e Educação Museal para criação e fortalecimento de Museus nos Municípios do Pará. Os cursos foram realizados presencialmente nos municípios de Itaituba e de Oriximiná, este último culminou com a Lei de criação do Museu Municipal de Oriximiná em julho de 2023. Os cursos foram ministrados em 2021 com a presença de indígenas, quilombolas, comunidades extrativistas e servidores públicos municipais, totalizando a capacitação de aproximadamente 100 pessoas. Os cursos foram demandados pelas prefeituras e pelos movimentos museológicos locais.

  • Webinários, seminário e lives virtuais tiveram início durante a pandemia e perduram até os dias atuais, em especial nas agendas do IBRAm, na Semana Nacional de Museus e na Primavera de Museus. Todas as atividades virtuais estão disponibilizadas no youtube e nas redes socias do Fórum.

  No âmbito das Políticas Culturais - O Fórum tem contribuído efetivamente com as discussões sobre a políticas culturais do campo museal, elegendo representantes estadual e municipal nos conselhos de cultura, mobilizando grupos para o cadastro do mapa cultural e de elaboração de projetos para os editais das Leis Rouanet, Semear, Aldir Blanc, Paulo Gustavo entre outros. Tem contribuído com a elaboração de editais para os segmentos Museus e Espaços de Memórias no estado e no município. Em relação ao IBRAm, atuou com campanhas, mobilizações e cadastro de grupos culturais para a certificação de Pontos de Memórias, bem como para a produção de projetos para o edital Ponto de Memória - edição Helena Quadros (2023). O Fórum esteve diretamente ligado à anuência de reconhecimento de 12 grupos culturais como Pontos de Memória no Pará e indiretamente a oito grupos, num total de 20. Importante ressaltar que o próprio Fórum recebeu o reconhecimento do IBRAm como Ponto de Memória.

  O Fórum de Museus é suplente no Conselho do Patrimonio Museológico do IBRAm; atua como membro do Observatório da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários- ABREMC. O Fórum tem sido chamado para participar das Pré-conferências e Conferências de Cultura municipais e estadual; participa ainda das pautas demandadas pelo Fórum de Cultura do Pará, do IPEASA, ABREMC, GEAMAZ-UFPa, da Casa-Brasil-Índia, do ICOM-Define-Norte, da REM-Brasil e REM-Pa. Importante destacar que o Fórum esteve presente com uma mesa de debates sobre o campo museal amazônico nas Conferências dos Diálogos Amazônicos que antecederam a Cúpula dos Países da Pan-Amazônia, ocorrido em agosto de 2023.

7 – Como o Fórum divulga suas ações?

O Fórum possui facebook: https://www.facebook.com/forumdemuseusdaamazonia, Instagram: @forumdemuseusdaamazonia2 e YouTube: Fórum de Museus de Base Comunitária da Amazonia e possui uma produção literária sobre Museologia Social e Educação Museal em várias publicações. Em 2023, foi lançado o E-book Outras Narrativas sobre museus organizado por Rosangela Brito, Diogo Melo, Luzia Gomes e João Polaro com artigos das forenses Gilma D’Aquino, Lúcia Santana, Graça Santana, Paola Maués e Regina Macedo.

Alguns Links de atividades do Fórum

https://www.youtube.com/watch?v=rG9u1AuDjIY- Exposição Virtual.

https://www.youtube.com/live/J4_8j_DOjJY?feature=share Cartografia

https://www.youtube.com/live/8WoV4CYZ6jE?feature=share curso Museologia Social

https://www.youtube.com/watch?v=As_M-HvSsK0 19ª Semana Nacional de Museus

https://www.youtube.com/live/4V0OfoYALVk?feature=share, 20ª Semana Nacional de Museus

https://www.youtube.com/live/u6Z0jzl_AnM?feature=share. 16ª. Primavera de Museus

https://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1229 E-book Outras Narrativas sobre os Museus

Email para contato: forumdemuseusdaamazonia2@gmail.com

Contatos: Lúcia Santana - 91 992146727 (lucinha@museus-goeldi.br) e Gilma D’Aquino 91 983606220 (gilma@museu-goeldi.br)